quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Print Screen

Ele gostava de colecionar print screens. Sabe? Quando você meio que tira uma foto da tela do seu computador? Era isso. Gostava depois de ver a vida dele por meio desses momentos. Achava, inclusive, que mais pessoas deveriam fazer isso. Todo mundo tira fotos de viagens e de bares e de amigos.  Mas a vida delas é em frente a uma tela de computador. Aqueles eram os momentos nos quais as pessoas eram mais elas mesmo. A rotina. O contato social somente por uma janela piscando com texto.
Gostava de fazer isso no computador mais do que no celular. Mais coisas acontecendo ao mesmo tempo. Aplicativos são muito específicos, muito orientados para uma coisa só. Perdem o sentido se você quer marcar um momento normal de hoje. Afinal, sempre estamos fazendo tantas coisas ao mesmo tempo.
Ele prestava atenção em cada janela aberta. Cada mensagem enviada que podia ser lida. Cada mensagem ignorada, qual teria sido? A memória falha, naturalmente. Tantas coisas, tão rápido. Tão longe. Mas o que mais ficava, o que ele nunca perdia mesmo nos prints mais antigos, era o motivo de aquela imagem ser relevante para ele. Em cada um, uma verdade. Um momento inesquecível passado em frente a uma tela de computador.

Em cada um, uma oportunidade perdida de estar em um lugar de cada vez.

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