domingo, 27 de março de 2016

3 Dias

Eu poderia dizer que era o seu cheiro que ainda continuava na minha melhor toalha. E de fato era. Mas não era só um cheiro seu qualquer. Não era o seu pescoço que continuava a ressoar nas minhas narinas enquanto eu usava uma toalha que simplesmente estava disponível. Não era do perfume que você passava no pulso que vinha o tapa na minha cara da sua ausência. Era a sua buceta que ainda estava ali no meu banheiro. O mesmo cheiro de sexo que me acompanhava no bigode e nos dedos. Que eu lavava quase que com cuidado para não tirar. Para manter a lembrança olfativa de você deitada com as pernas abertas para mim. Se retorcendo junto com a minha língua. Segurando o meu lençol como a corda salvadora do abismo.

Sem conseguir me secar por medo de te perder, por medo de confundir a maciez da minha melhor toalha com a maciez da sua pele – nenhuma toalha jamais chegaria aos pés da sua pele – sai do banheiro desapontado em direção a minha cama vazia. Para rodar na cama que você dormiu. No santo sudário dos seus abraços. Tentando manter a fé em uma ressurreição impossível.

Da leveza do amor tranquilo

Ela me disse: eu quero a leveza de um amor tranquilo. Amor fácil, meu bem, é para quem tem dificuldade de amar. Para quem encontra no outr...