domingo, 31 de janeiro de 2016

Correlação e Causalidade

Eu poderia de fato elencar 50 motivos de por que você. Eu poderia escrever uma tese sobre isso. Apresentar na frente de uma banca, que ia ficar tão emocionada com a qualidade do trabalho que eles iam me aprovar magna cum laude – ou qualquer coisa assim – em meio a abraços emocionados e lágrimas discretas. Eu poderia fazer um filme com um elenco famoso que ia fazer tudo de graça pela qualidade do roteiro. Ganhar prêmios em festivais de filme independentes e ser a surpresa do Oscar.

Eu poderiam mudar para a montanha e ser o ermitão dos 50 motivos de por que você. E as pessoas iam escalar a montanha para me ouvir falar. Com a barba chegando na cintura, eu ficaria sentado de pernas cruzadas pensando em perguntas sem respostas e dando conselhos tautológicos para testar a sabedoria dos peregrinos que se arriscassem.

E ainda assim, isso não ia mudar nada. Nenhum dos 50 motivos de por que você envolve a resposta de por que eu. Quantos mais motivos de por que você, menos motivos existem para que seja eu do outro lado.


No fim, o verdadeiro motivo de por que você, o único que importa, é por que sou eu do outro lado. E, para mim, parece certo. Porque parece que tudo que eu sou foi a construção de alguém que consegue explicar todos os motivos de por que você.

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