Criando diálogos imaginários para tentar lidar com a
frustação de não conseguir ter os diálogos reais. Sofrendo com a falta de
oportunidade, assunto, coragem. Aleijado por um senso de rídiculo,
insignificância, babaquice. Cuspindo pelos dedos a água das palavras
engasgadas, dos desejos desenganados pela realidade. Lembrando da pose, de
tentar parecer legal e desencanado com o peito arfando em uma angústia
inexplicável. Controlando o levo tremor nas mãos para levar o cigarro à boca. É
a saliva que não vem, o sentimento que não passa, a eventual migalha que de
repente joga você em uma conversa de verdade que você nunca achou que
existiria. E de todas as coisas bonitas que você imaginou, o assunto vai para o
fato de você nunca ter provado leite Ninho.
Leite.
Ninho.
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