domingo, 6 de julho de 2014
Fim
Me incomoda que você nunca vai me conhecer inteiro. Daquele jeito que as pessoas mais próximas me conhecem: melhor que eu mesmo. Nunca vai saber dos meus choros desmotivados. Nem daqueles que eu escondo durante filmes. Nunca vai reparar no quanto eu luto contra o sono, mesmo podendo ir dormir. Nunca vai entender como eu escrevo. Ou mesmo aquilo que me faz escrever. Nunca vai se ver só parcialmente num texto meu. Participação especial daquela opinião da semana retrasada. Não. Você faz questão de ser sempre a personagem principal, ou nada. Nunca vai reclamar do jeito repetitivo que eu faço carinho. Nunca vai saber o quanto isso tem a ver com a minha timidez. Você nunca vai entender por que eu bebo. Nunca vai entender minha ânsia de ficar fora mesmo depois de ter reclamado tanto para sair. Nunca vai conhecer o quanto eu consigo ser chato. E nem o mais legal que eu consigo ser. Você nunca vai ver minhas raízes. Nunca vai viver meus bares, minhas praças, meus amigos mais distantes. Você nunca vai me ver tocar. Nunca vai me ver procurando um poema desesperadamente, no meio da noite, só para mim. Nunca vai ouvir um desses poemas saindo da minha boca. Nunca vai passar tanto tempo comigo que no final ir embora é tão bom quanto ter ficado tanto tempo comigo. Você nunca vai ser minha. E por isso, você acaba perdendo o melhor de mim.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Da leveza do amor tranquilo
Ela me disse: eu quero a leveza de um amor tranquilo. Amor fácil, meu bem, é para quem tem dificuldade de amar. Para quem encontra no outr...
-
1. Toda noite na Funhouse se parece um pouco. As músicas são seguras. Não impressionam, mas são irreprimíveis. As bebidas tem um preço ju...
-
Sumido, mas tem bom motivo. Propaganda minha: O Guilherme Almeida assina o roteiro comigo. Ou eu assino com ele. Alguem sabe se tem diferença?
-
Sem saco para criar. Sem saco para criar coisas específicas. Tipo quando você pega guitarra e quer só brincar. Nada de toc...
Nenhum comentário:
Postar um comentário