Eu não sei do que você precisa! E se soubesse, talvez não pudesse dar. Não é como se você fosse a coisa mais imprescindível na minha vida. Embora seja confortável. E minha preguiça me impede de mudar. Ouviu? Eu só estou com você por preguiça. Preguiça de sair e tentar arranjar alguma coisa melhor, e nem to falando que ia ser difícil. Meia hora num bar sozinha e procurando de verdade e eu já ia conseguir. Seu bosta. Aliás, quer saber? Sai daqui. Eu tava precisando mesmo tomar uma atitude. Eu vou arranjar um cara melhor, alguém que me dê valor. Alguém cujo sonho de vida não seja poder viver numa porra de um apartamentozinho só escrevendo porcaria e falando que é literatura. Seu bosta, seu merdinha. Incompetente. Vagabundo. Você me envergonha. Perdedor. Eu nem sei porque eu tenho sido fiel a você esse tempo todo. Você não merece. Eu devia ter te chifrado há muito tempo. O que me consola é que você não vai conseguir ninguém. O único orgasmo que você vai ter é quando ficar brincando com seu pinto no banheiro sozinho. Ou quando pagar uma vagabunda pra te chupar. O que você tem a dizer sobre isso, hein? O que você tem a dizer sobre isso?
Eu sempre te dei valor.
O caralho que deu! Eu que dei mais valor a você do que você merecia. Só de falar com você já é dar mais valor do que você merece. Lixo.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
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