Um daqueles dias de vasculhar poesia alheia para ver se
alguém já se sentiu desse jeito que eu não consigo explicar.
E a dor dos outros é um abraço na minha. Um carinho
de leve, daqueles que arrepia.
As notas em ritmo embalam os sonhos acordados. A imaginação
cria palácios e bailes. Também cria inferninhos e baladas.
O sol não existe para legislar sobre a duração do meu tempo
com você, na minha imaginação.
Compromissos são apenas sugestões de realidade que podem ser
ignorados, na minha imaginação.
Tudo isso enquanto eu vasculho poesias alheia em busca de
uma descrição do que eu não sei.
Uma nostalgia com o que não aconteceu e nem acontecerá.
Uma decepção com a realidade displicente. Incompetente.
Uma esperança medrosa que não ousa se manifestar. Olhando
por cima do meu ombro para ver a sua reação. Me enganando na própria
imaginação. Medrosa e tímida, assim como eu. Indecisa assim como você.
Incompetente assim como a minha sorte.
Talvez seja hora de aceitar esses finais abertos de música.
Não é a dor que traz alguém.
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