domingo, 25 de janeiro de 2009

Marta

- Sabe, eu não sou tão mulherengo quanto você acha.
- Claro, meu bem, eu sei disso. Eu e as mulheres que eu sei que você pega toda vez que sai. Tá me achando com cara de palhaça?
- Não, e você também não me entendeu. O que eu quis dizer é que eu faço isso porque eu to solteiro. Se eu estivesse em um relacionamento sério eu ficaria só com uma.
- Ô docinho, eu só não tenho um relacionamento sério com você porque eu não acredito nisso. O que nos deixa num círculo vicioso, não?
- É só você confiar em mim um pouco e a gente sai disso.
- Não, fofo, é só você parar com essas promessas que você não pode cumprir que a gente não precisa discutir mais isso.
Ela se levanta da cama redonda e coloca a calcinha enquanto ele olha pra ela com olhar mais inocente que ele consegue colocar na cara. Inútil. Ela o ignora e, mesmo se estivesse prestando atenção, não acredita em inocência.
- Você não me leva a sério
- Não, docinho, não levo.
- Por quê?
Cala a boca, Fábio. Eu não quero discutir com você, caralho. Tenho que ir.

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